Você já deve
ter ouvido falar no livro/filme chamado “O lado Bom da Vida”, certo? Se não,
perdeu a chance de conhecer uma história incrivelmente doce e, ao mesmo tempo,
amarga. Todos nós passamos por problemas em nossas vidas, coisas que nos deixam
tristes, magoados, com raiva, mas cabe a nós decidirmos qual a melhor maneira
de lhe dar com isto, afinal, é nesses momentos que conhecemos nossa verdadeira
natureza e soltamos nosso lado que nunca havíamos conhecido. Matthew Quick
criou uma história com personagens pra lá de inusitados, quebrando os
paradigmas da literatura e nos apresentando figuras altamente autênticas e
completamente loucas.
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Pat e Tiffany, interpretados por Bradley Cooper(Indicado ao Oscar- Melhor Ator) e Jennifer Lawrence (Vencedora do Oscar - Melhor Atriz) |
Pat Peoples
(Pat Solitano no filme) é o personagem principal dessa obra tão magnífica
quanto sua adaptação cinematográfica. Diagnosticado como Bipolar, Pat é o tipo
de cara que seria impossível não se apaixonar, apesar de perder o controle do
seu humor em algumas partes, ele é extremamente otimista e seu comportamento é
cativante, se assemelhando em certos momentos ao de uma criança. Mandado para um
hospital psiquiátrico após ser traído por sua esposa Nikki, ele a flagrou no
chuveiro com um colega de trabalho e acabou agredindo o homem, após isso
recebeu uma ordem de restrição que o impede de chegar perto de sua esposa outra
vez. Após um bom tempo internado, Pat está determinado a reconstruir sua vida depois
de ter perdido tudo, até o amor de sua esposa, que ele deseja reconquistar
incansavelmente. Tiffany Maxwell é uma jovem viúva viciada em sexo, assim como
Pat, ela tem seus problemas a enfrentar. Perda do marido, emprego, ela
realmente se vê a beira da loucura, mas sua forma de comportamento nos encanta e
nos deixa apaixonados. Talvez o grande problema de Tiffany seja a solidão,
coisa que ela trata de melhorar assim que conhece Pat.
O casal, assim
como o livro, não tem nada de extraordinário, nada de romantismo exagerado e,
sem dúvidas, não está nas listas Top dos casais mais fofinhos da literatura ou
cinema. O que encontramos é pessoas comuns, um casal que enfrente seus
problemas e aprendem a lhe dar com a dor da maneira que acham que lhes convém. Nada
é forçado, nada é imposto para que o leitor/espectador se prenda e se encante
com a história. O livro é contado do ponto de vista do protagonista Pat, por
isso, vale a pena ler e sentir exatamente o que uma pessoa com bipolaridade
sente, seus medos, suas virtudes, o olhar para o mundo. Ele é realista e sabe
que o mundo é muito injusto, mas não é por isso que ele perde seu otimismo,
citado diversas vezes ao longo do enredo. Pat realmente acredita que tudo na
vida pode melhorar, que tudo tem um jeito e uma razão, talvez esse seja eu
ponto mais cativante, a ideia fixa de se manter sempre positivo e disposto a
enfrentar todos os seus problemas internos e externos. Quando Tiffany e Pat estão
juntos é uma alegria só, podemos nos divertir e nos emocionar com eles, é o
tipo de casal que só combinam com eles mesmos. Tiffany tenta ajuda-lo a todo
custo, mas quase sempre ela acaba atrapalhando.
A história de “O
Lado Bom da Vida” não é sobre romance, nem sobre a doença dos protagonistas, é
simplesmente a própria vida. Algumas pessoas dirão que não tem nada de surpreendente,
e não tem mesmo, mas isso é o que torna o enredo completamente mágico. Embora
minha opinião possa não influenciar muito, digo que até mesmo uma pessoa muito
pessimista, se torna muito mais positivo ao ler essa obra. Não é possível você
ler e ser indiferente aos problemas de Pat e Tiffany, afinal, sabemos que a
vida não é nada fácil para ninguém e, muitas vezes, o amor é a saída para
muitos de nossos conflitos, ele nos mostra que é possível sermos felizes se
tivermos alguém para fazer feliz também. Por mais que a vida irá nos magoar,
sempre temos que ter um raio de esperança e nos manter positivos, isso é uma
das lições que “O Lado Bom da Vida” nos dá, para que possamos encontrar o nosso
lado em um mundo tão estranho.
"O
mundo vai quebrar seu coração muitas vezes nessa vida e eu não posso
explicar isso... e a loucura que há dentro de mim ou de todo mundo. Eu
vejo tudo o que todos fizeram por mim e me sinto uma pessoa sortuda". Pat People (O Lado Bom da Vida - Matthew Quick)
Por Eloy Vieira
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